domingo, 1 de fevereiro de 2009

Museu do Prado no Google Earth




A notícia é careca de velha para quem é apreciador da Arte. Eu mesma soube através do programa da Maria Beltrão, no GNT. Não tinha ainda me dado este tempo para explorar a viagem em 3D até o Prado. Surpresa das surpresas! A tecnologia deu um show no que se pode ver nas 14 obras disponíveis aos internautas. É possível apreciar virtualmente detalhes que o olho humano não perceberia como a costura no lenço do quadro “As Meninas”, de Velázquez ou uma abelha em uma flor em “As Três Graças”, de Rubens. Completam a lista das obras de nomes como El Greco, Rembrandt e Hieronymus Bosch.
Segundo a jornalista Regiane Teixeira
demo
"Os quadros podem ser vistos com nível de resolução 1,4 mil vezes superior ao de uma câmera de 10 megapixels. O trabalho, iniciado em maio do ano passado e encerrado em dezembro, consistiu em dividir os quadros em setores, obter fotos de alta resolução e montar o quebra-cabeças. A iniciativa não teve nenhum custo para o museu e pode ser ampliada dependendo da acolhida pelo público".

Eu fui ver e fiquei pasma!

domingo, 30 de novembro de 2008

Como roubar um milhão de dólares




Cenário, Paris, década de 60.
A história, um filme leve, encantadoramente ingênuo, desses que não se fazem mais. Conta a história da filha de um falsificador de obras de arte (intrerpretado pela bonequinha Audrey Hepburn) que pede ajuda a um charmoso "aparente" ladrão (Peter O'Toole) para evitar que as fraudes de seu pai sejam descobertas.
O objeto-da-hora, o ponto de partida do filme, é uma escultura de Benvenuto Cellini, artista florentino (1500/1571), obviamente falsificado, que ao ser exposto em uma galeria de arte, teria que ser avaliado por um perito para fins de ser segurado.
Além da presença charmosa de Audrey, que desfila roupas de Givenchy, há um desfile de obras de Picasso, Miró e uma bela escultura-móbile de Alexander Calder que aparece quando os personagens observam o esquema de segurança do museu. Calder, americano (1989/1976) foi escultor, pintor, gravurista e designer e se notabilizou pela invenção do móbile, na decada de 1930.
Mais um filme recomendado para quem não está a fim de nada "cabeção" como foi dito num dos comentários que li sobre o filme.





domingo, 5 de outubro de 2008

No Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo






Obras da artista Estelita Branco, numa exposição retrospectiva que se chama: "Ponto por ponto, linha com linha: homenagens".
A exposição fica até dia 11 de outubro, na Sala O Retrato do Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo - Rua dos Andradas, 1223 - Porto Alegre/RS.
Fazem parte da exposição 15 obras nas quais artista usa recursos dos novos meios tecnológicos onde as imagens surgem de aquarelas, de fotografias, fotocópias recortadas e coloridas onde as linhas reforçam os traços numa cumplicidade ímpar, acrescentando-lhes cor e relevo.
A linha-fio, que através da agulha persegue as outras linhas, ultrapassa-as, ganha liberdade e passa a completar as figuras interrompidas, criando novos espaços e completando-lhes o sentido.



quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Alberto da Veiga Guignard


o lírico da pintura moderna


"...Minha profissão como artista requereu muito exercício,
boa vontade e principalmente uma grande tenacidade.
Sem isto nada se faz".



A obra de Guignard se destaca por seu forte conteúdo lírico. "Ele não fazia parte de grupos, não era um teórico da pintura, não usava seu trabalho como panfletagem política. Pintava o mundo ao seu redor, cheio de euforia e sempre transfigurando-o", diz o crítico Frederico Morais. Isso fica claro quando se observam os temas mais freqüentes de sua obra. As paisagens de Minas Gerais, cheias de colinas, nuvens e igrejinhas, evocam uma atmosfera de sonho. Seus vasos de flores são fulgurantes e coloridos. Seus retratos sempre trazem o modelo em primeiro plano e o fundo preenchido com alguma paisagem imaginária ou objetos delicados. Os traços sinuosos e ondulantes garantem a poesia.
Chega a ser curioso que Guignard tenha produzido uma obra tão vibrante, tais foram as tragédias que enfrentou. Nasceu com o lábio leporino (uma abertura entre a boca, o nariz e o palato) e conviveu com a deformidade por toda a vida. Seu pai se suicidou quando ele era criança. A mãe, que tinha algumas posses, casou-se com um barão alemão falido e levou Guignard e a irmã para a Europa. Lá, ele cresceu e estudou pintura. Ainda jovem, perdeu a mãe e a irmã. O padrasto, que não gostava dele, torrou a herança. Por fim, Guignard casou-se com uma estudante russa de música, Anna Doring. Felicidade, afinal? Nada disso. Ela o abandonou na lua-de-mel por motivos que Guignard não revelava. Nunca se recuperou do trauma e viveu o resto da vida alimentando amores platônicos.
Guignard, o mais empático e lírico pintor modernista brasileiro, nasceu em Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1896 e faleceu em Belo Horizonte, em 1962. Sobressaiu-se como paisagista mas criou também magníficas naturezas-mortas e importantes retratos. Foi um artista completo pois atuou em todos os gêneros da pintura - de naturezas-mortas, paisagens, retratos até pinturas com temática religiosa e política, além de temas alegóricos. Foi, portanto, um dos mestres da pintura brasileira na primeira metade do século XX. Ainda que o paisagismo de sua pintura esteja imbuído de um encantamento e de uma afetividade intensos, Guignard permanece irredutível a todo apelo nacionalista ou a qualquer outro iedário. Suas cores pousam sobre a tela com a leveza de aquarela, a aparente ingenuidade das composições faz ainda mais enignmáticas e complexas a serenidade, a íntima ternura e a sabedoria da visão de Guignard.
Neto de um cabeleireiro da corte de D.Pedro II, em Petrópolis, Alberto Guignard, ficou órfão de pai ainda menino. A mãe, inconformada com a perda do marido, casa-se em seguida com um barão alemão arruinado, bem mais jovem que ela, com quem se muda para a Alemanha, levando junto Guignard. Sua formação foi alicerçada em bases européias pois lá viveu dos 11 anos aos 33. Lá freqüentaria as Academias de Belas Artes de Munique e Florença.
Em Munique, Guignard dedicou-se sobretudo ao desenho, técnica que exercitou exaustivamente. De volta ao Brasil nos anos 20, tornou-se um nome representativo dessa década e da seguinte, juntamente com Cândido Portinari, Ismael Nery e Cícero Dias. Alguns críticos atribuem à vivência internacional de Guignard as influências do fauvismo matissiano, da vitalidade cromática de Raoul Dufy, do laconismo formal de Paul Cezanne e da fleuma naïf de Henri Rousseau. Se foi ou não influenciado, Guinard também influenciou pois ainda jovem orientou um grupo - uma espécie de atelier coletivo - do qual participavam Iberê Camargo, Vera Mindlin e Alcides da Rocha Miranda. Nessa época, a convite do então prefeito de Belo Horizonte, Jucelino Kubitschek, que estava pretendendo criar um pólo cultural em Belo Horizonte, deixa o grupo e muda-se para aquela cidade onde instala um curso de desenho-pintura no recém-criado Instituto de Belas Artes. Guignard gostou tanto do que viu em Minas que meses depois da primeira visita mudou-se de vez para a cidade. Tornou-se um apaixonado pela paisagem e gente de Minas Gerais. Extrovertido e triste,sempre oscilou entre a rigidez e a riqueza da emoção. Com belos resultados que o fizeram, ao mesmo tempo clássico e lírico e com muitos escorregões, principalmente no fim da vida, quando pintava em desordem pouco inspirada. Os que o conheceram lembram sua espontaneidade e ternuras infantis, às quais se misturava uma grande tristeza. "Pintar, para ele, era viver". Até a sua morte, Guignard expõe inúmeras vezes no Brasil, ressaltando-se as restrospectivas que lhe foram dedicadas em1953, pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e pelo Museu Lasar Segall, em 1992. O Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, sob a curadoria do marchand Jean Boghici, amigo pessoal de Guignard, realizou em abril de 2000, uma restrospectiva com ares de megaesposição internacional. A exposição ocupou 2 mil metros quadrados de uma das galerias do Museu e deve ter sido uma resposta às críticas de que o MNBA tivese virado palco de mostras blockbusters, certamente em função das exposições de Rodin, Monet e Dalí (realizadas entre 1995 a 98). O artista plástico

Antonio Dias, em entrevista ao JORNAL DO BRASIL havia ironizado o calendário do museu, afirmando que "depois das mostras Dalís, é a vez das mostras daquis".

Algumas obras de Guignard:


Nankin, 1930



Sabará

Ouro Preto











1935

071933


Referências bibliográficas:
Revista VEJA 07/07/1982

JORNAL DO BRASIL, 02/04/2000
VEJA DE 05/04/2000

Revista PROGRAMA do JB, de
/04 a 13/04/2000.

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