segunda-feira, 23 de março de 2009

Arte, mentiras e a verdade oculta


Foto: Máscara egípcia exposta no Louvre



Para dar uma sacudida na modorra apática do meu PAPOS SOBRE ARTE, fui "desafiada" por Ricardo Kersting, que antes de blogueiro (foi assim que o conheci) é um grande escultor e poeta, a levarmos aos interessados, para discussão, alguns apectos do mundo da arte. Entre eles, o entrave e a dificuldade para muitos, senão a maioria, em obter as benesses de financiamento oficial aos seus projetos. Apesar de não ser uma artista pois apenas aprecio tudo que se relacione a ela (com algumas restrições a atual arte pós-moderna), acho oportuno tais discussões. Aproveito para convidar quem quiser participar da proposta de Kersting a expor suas idéias aqui. Todos serão bemvindos.
É dele o texto que posto abaixo:

Arte. Mentiras e a verdade oculta.

Quando lembro dos idos anos 80, me dá muito mais que mera saudade fico completamente perdido. Contei para alguns amigos, poucas das muitas passagens que tivemos o prazer de cursar durante essa década trepidante. Poucos acreditaram. A efervecência que tomava conta de todos os setores da econômia não eram diretamente proporcionais ao tamanho do movimento em galerias, salões e coleções particulares no Brasil inteiro. Tirando o advento do plano cruzado que acabou retirando mercadorias das prateleiras e fazendo os brasileiros brigarem entre si, todo o aparato cultural a partir da lei Sarney tinha tudo para deslanchar mais ainda.
Até alguns atores globais tomarem conta dessa lei, tudo ia muito bem. Num dado momento todos os projetos encaminhados e por via de consequência aprovados, tinham a sua origem nos estúdios e palcos dessa rede nacional. No momento em que o próprio MC na época ainda MEC, constatou que grande parte dos projetos aprovados pertenciam a dupla Renato Aragão e Xuxa.

Houve uma certa enxaqueca cultural pois grandes projetos de filmes, peças teatrais e algumas exposições realmente relevantes, não tinham espaço dentro da lei.Algumas grandes empresas viram nesse processo uma maneira altamente lucrativa de livrarem-se de âncoras tributárias e ainda por cima uma oportunidade impar para fazerem-se simpáticas ao seu público consumidor. O que se viu, ou não se viu mas sentimos imensamente, foi uma avalanche, uma tsunami avassaladora de grandes porcarias com financiamento oficial. Sim naquela primeira emissão da tal lei, ainda entravam recursos federais no negócio. O percentual confesso que não sei, mas era muito, mas muito dinheiro mesmo.

Essa tempestade de coisas ruins trouxe em seu bojo algumas luzes e muito se conseguiu impor com um pouco de dinheiro de patrocinadores particulares e recursos próprios. Conseguimos levar adiante uma série de bons projetos até quase o fim da década de noventa, quando tudo começou a ruir novamente. As leis de incentivo se transformaram na Meca dos investidores. As verbas oficiais foram substituidas por renúncia fiscal. Em poucos anos foram criadas centenas de empresas especializadas em elaboração de projetos visando o uso de vários mecanismos tipo lei Rouanet e LICs. Os artistas que conseguiram reunir em torno de si um leque de opções no que se refere a clientes praticamente não pararam de produzir, mesmo com a queda acentuada da demanda durante o inicio de 2000.

Uma verdade persistiu. A produção artística ficou dividida em "Arte oficial e não Arte.
Arte oficial seria a arte produzida exclusivamente por pessoas ligadas aos mecanismos de cultura. Aí nessa questão entraram "bodes" que de repente se transformaram em arte. Uma legião de artistas desconhecidos e alguns até que com um certo nome, foram relegados ao terceiro nível, enquanto outros que conseguiram penetrar no seleto "clube dos oficiais" se mantiveram trabalhando e produzindo obras pseudo artísticas porém com a aura da célebre frase "Lei Rouanet e Lei de Incentivos à Cultura-Ministério da Cultura" Esse tipo de anúncio transformava shows de rebolado, exposições de areias, espetáculos importados de baixa qualidade ( até festa de cervejas) em "Cultura" Tudo que está fora dessa vinculação, e o volume é astronômico, não é considerado evento cultural, portanto não é oficial e não sendo não têm recursos, muito menos mídia.

Penso que tudo deva ser questionado e discutido à exaustão. Há uma sequência de atos e desatinos que nos levaram à beira deste precipício. A cultura do Brasil nunca esteve tão ameaçada como agora. Temo que ao escrever essas palavras, tenha sido um tanto incoerente, mas o assunto é deveras longo e acho até que faltaram muitas coisas que não pude lembrar. A idéia é colocar em discussão. Para tanto conto com a participação de todos os leitores para darem a sua opinião, nem que seja para apontar onde estou errando.

Ricardo Kersting

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domingo, 1 de março de 2009

Mostra Bonnard no Metropolitan de NY




Serão 80 obras de Pierre Bonnard e estarão epostas até 19 de abril/2009.
Quem for a Nova York neste período, por favor inclua na lista das "coisas para ver" e depois me conte.

Clique Aqui para saber mais sobre a exposição.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Museu do Prado no Google Earth




A notícia é careca de velha para quem é apreciador da Arte. Eu mesma soube através do programa da Maria Beltrão, no GNT. Não tinha ainda me dado este tempo para explorar a viagem em 3D até o Prado. Surpresa das surpresas! A tecnologia deu um show no que se pode ver nas 14 obras disponíveis aos internautas. É possível apreciar virtualmente detalhes que o olho humano não perceberia como a costura no lenço do quadro “As Meninas”, de Velázquez ou uma abelha em uma flor em “As Três Graças”, de Rubens. Completam a lista das obras de nomes como El Greco, Rembrandt e Hieronymus Bosch.
Segundo a jornalista Regiane Teixeira
demo
"Os quadros podem ser vistos com nível de resolução 1,4 mil vezes superior ao de uma câmera de 10 megapixels. O trabalho, iniciado em maio do ano passado e encerrado em dezembro, consistiu em dividir os quadros em setores, obter fotos de alta resolução e montar o quebra-cabeças. A iniciativa não teve nenhum custo para o museu e pode ser ampliada dependendo da acolhida pelo público".

Eu fui ver e fiquei pasma!

domingo, 30 de novembro de 2008

Como roubar um milhão de dólares




Cenário, Paris, década de 60.
A história, um filme leve, encantadoramente ingênuo, desses que não se fazem mais. Conta a história da filha de um falsificador de obras de arte (intrerpretado pela bonequinha Audrey Hepburn) que pede ajuda a um charmoso "aparente" ladrão (Peter O'Toole) para evitar que as fraudes de seu pai sejam descobertas.
O objeto-da-hora, o ponto de partida do filme, é uma escultura de Benvenuto Cellini, artista florentino (1500/1571), obviamente falsificado, que ao ser exposto em uma galeria de arte, teria que ser avaliado por um perito para fins de ser segurado.
Além da presença charmosa de Audrey, que desfila roupas de Givenchy, há um desfile de obras de Picasso, Miró e uma bela escultura-móbile de Alexander Calder que aparece quando os personagens observam o esquema de segurança do museu. Calder, americano (1989/1976) foi escultor, pintor, gravurista e designer e se notabilizou pela invenção do móbile, na decada de 1930.
Mais um filme recomendado para quem não está a fim de nada "cabeção" como foi dito num dos comentários que li sobre o filme.





domingo, 5 de outubro de 2008

No Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo






Obras da artista Estelita Branco, numa exposição retrospectiva que se chama: "Ponto por ponto, linha com linha: homenagens".
A exposição fica até dia 11 de outubro, na Sala O Retrato do Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo - Rua dos Andradas, 1223 - Porto Alegre/RS.
Fazem parte da exposição 15 obras nas quais artista usa recursos dos novos meios tecnológicos onde as imagens surgem de aquarelas, de fotografias, fotocópias recortadas e coloridas onde as linhas reforçam os traços numa cumplicidade ímpar, acrescentando-lhes cor e relevo.
A linha-fio, que através da agulha persegue as outras linhas, ultrapassa-as, ganha liberdade e passa a completar as figuras interrompidas, criando novos espaços e completando-lhes o sentido.