quinta-feira, 9 de julho de 2009

Arte na França 1860-1960: O Realismo



Crédito da foto: Divulgação do evento no hagah



De 13/07 a 30 de agosto de 2009, o Museu de Artes do Rio Grande do Sul - MARGS - vai proporcionar a possibilidade de vermos Courbet, Monet, Van Gogh, Degas, Renoir, Cézanne, Miró, Dalí e Picasso.
Esses e outros artistas fazem parte da exposição Arte na França 1860-1960: O Realismo.

A exposição, sob a curadoria é do francês Eric Corne, cobre o período que vai desde a época em que o realismo francês era o principal movimento pictórico europeu, até a revolução modernista em meados do século XX, passando pelo simbolismo, impressionismo, pós-impressionismo, fauvismo, cubismo, expressionismo, dadaísmo, surrealismo e neo-realismo, até o momento em que os Estados Unidos passam a tornar-se o novo centro artístico mundial, durante a década de 1950. O objetivo desta exposição é justamente ressaltar a evolução das técnicas de representação do real, e por isso mesmo, intitulada realismo francês.

São 70 obras de museus como Musée d'Orsay, Musée Gustave Moreau, Musée de l'Orangerie, Musée Picasso e da coleção Berardo (Lisboa), além das mais de 50 que compõem o acervo do Masp, em São Paulo.

Produzidas sob influência do realismo francês, a mostra traz mais de 100 trabalhos que fazem um passeio por um século de arte produzida na França e levanta as questões das diversas e contraditórias manifestações do Realismo.

Nas paredes do Margs vai possível ver o período que a arte feita na França se afirmou e dominou o panorama cultural. Nela, o visitante poderá observar trabalhos dos diversos movimentos e escolas, abordadas sob a perspectiva do Realismo - seus pontos de partida, suas versões e propostas.


Casa estiver interessado em saber sobre o REALISMO veja aqui





quarta-feira, 1 de julho de 2009

Jan Vermeer
pintor holandês
(1632 / 1675)

A Lady Drinking and a Gentleman
c. 1658
Oil on canvas, 66,3 x 76,5 cm
Staatliche Museen, Berlin


Woman with a Pearl Necklace
1662-64
Oil on canvas, 55 x 45 cm
Staatliche Museen, Berlin


Eu tive oportinidade de ver pessoalmente estas duas telas. Em Berlim, no último dia 01/06, no Staadliche Museen zu Berlim, graças ao presente que recebi de meu afilhado Eduardo Kasper - a viagem até a Europa - que me proporcionou esta e outras surpresas.
Várias vidas teria que viver para pagar o significado deste presente.







terça-feira, 19 de maio de 2009

ICONOGRAFIA SUL-RIOGRANDENSE de
plinio BERNHARDT
(1927/2004)

Plinio Livi Bernhardt, aos 70 anos

Dados sobre o pintor:
Nasceu em Cachoeira do Sul/RS. Foi pintor, desenhista e gravador, formado no Instituto de Artes de Porto Alegre. Realizou sua primeira mostra individual em 1966. Participou em diversos eventos como Salões, Pré-Bienais, Bienais Nacionais e um rande número de exposições individuais em Porto Alegre, fez litografia no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Mantinha um atelier, onde tinha turmas regulares de alunos. Teve diversas mostras retrospectivas em Porto Alegre, é verbete, com reprodução de xilogravura no Dicionário de Artes Plásticas do Brasil, de Roberto Pontual e, é claro, no Dicionário de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul, do qual participou do Módulo I, coletiva de lançamento simbólico do dicionário, em 1994.

A chamada desta postagem é o título da exposição que está acontecendo na Sala O ARQUIPÉLAGO, do Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo em Porto Alegre. Segundo os organizadores da exposição, por tratar-se de obras produzidas em muitas fases (cerca de 60 anos de produção) o resgate delas numa única exposição seria comprometer a compreensão de sua obra. Por isto a realização do resgate das obras de Bernhardt dar-se-á em mais de uma exposição.

Segundo Vinicio Giacomelli, no folder alusivo à exposição "o grande acervo das obras deste artista silencioso e doméstico, encontra-se ainda ao amparo e aconchego de sua família. Sua esposa Yvonne Oliveira da Cunha, é a orientadora zelosa da equipe que agora leva ao público este patrimônio que o artista havia prometido mostrar à cidade antes de nos deixar".

Passeei livremente por um longo tempo naquele espaço reservado à exposição propriamente dita e ainda um local reservado para seus objetos de desenho, fotos, e até sua coleção de cachimbos.
São deste ambiente minhas fotos de hoje.
Todas as telas não tem título e foram assinadas bem mais tarde pelo autor. Dois detalhes que me chamaram a atenção. A etiqueta descritiva ao lado das telas sempre diz:"sem título, datado pelo autor em tal ano"


O ambiente






Algumas obras expostas

Composição com paisagem e frutas em Caçapava do Sul
(óleo sobre tela, assinada em 1977)




Av. Osvaldo Aranha-POA
(óleo sobre tela (87x139cm)


Anjos de São Miguel
(pastel oleoso sobre papel vergé 32x40cm)



Ruínas de São Miguel
(acrílica sobre tela 80x80cm)


Torreão do prédio do Museu de Arte do Rio Grande do Sul
(técnica mista - acrilica, carvão e grafite sobre papel)





Prédio Centro Histórico de Antonio Prado/RS
(pastel sobre papel canson)


O mesmo Centro Histórico
(técnica mista - óleo e pastel sobre papel 62x46cm)


Residência na Av. Independência nºs 490 e 522 POA
(óleo sobre tela 60x90cm)



Residência na Av. Getulio Vargas - POA
(óleo sobre tela 50x40cm)



sexta-feira, 15 de maio de 2009

Banner alusivo à exposição do acervo da APLUB que está no MARGS



A Espanhola -tela de Aldo Locatelli(1950) na fachado do Museu e aqui, em destaque

Esta e outras tantas obras de pintores gaúchos estão expostas no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, com entrada franca, até 14/06/2009.

Maiores informações sobre o acervo estão AQUI, no site oficial do MARGS




segunda-feira, 11 de maio de 2009

Obras de Tarsila e Portinari são roubadas



Figura em Azul/1923 - Tarsila do Amaral
81,5x60cm avaliada em 1,2 milhões




O Cangaceiro/1956 - Portinari
80x100cm avaliado em 1,2 milhões



Retrato de Maria/1934 - Portinari
64x61cm avaliado em R$ 400 mil reais



É inacreditável imaginar que uma família rica do kilate dos Maksoud, proprietários do hotel que leva o mesmo nome, não se preocupassem em segurar as obras de arte que puderam amealhar ao longo da pródiga vida...
Se o alvo dos larápios tivesse sido um museu, que tem seus recursos escassos porque vivemos num país onde a memória cultural não merece cuidados e NÃO DÁ VOTO PARA NINGUÉM, nada de novo! Mas, convenhamos! Ou esta família não tinha noção do valor destas obras ou é pouco caso (também!!!) com os objetos de arte que possuem.



quarta-feira, 6 de maio de 2009

Alfredo Aquino

Diálogo/1991


Solidão/1993


Um dia, uma praia/1994



Vida/1995

Vida(detalhe)


A face caligráfica/1995


Artífice das palavrasII/1995



O texto, a musa, o pintor/1995

Transcrevo, abaixo, texto de Ignácio Loyola Brandão no Álbum de Cartões Postais (alguns deles estão aí acima) de Alfredo Aquino, Editora Animae/1995.


"Alfredo Aquino:
onde estão os rostos da humanidade?

Um currículo talvez seja bom para se saber quando e onde o artista nasceu, o que fez e estudou, quando começou. Alguns começam muito cedo, outros tarde. No entanto, tudo isto acaba sendo simples curiosidade. Um currículo não é determinante, nem influencia sobre a visão do que se tem da obra. O que interessa é o impacto da criação, o que ela desperta, as sensações que traz. Acredito mais: importa pouco a análise crítica racional dos especialistas, permeada por termos técnicos e chavões que somente os que conhecem o código da artisticoplastia podem decifrar.
O essencial é a impressão provocada que permanece em nós, nos modifica e nos fornece nova perspectiva de mundo.
Alfredo Aquino é um artista brasileiro nascido em 1953, no sul, no Rio Grande, na sua capital, Porto Alegre. Tinha 20 anos quando chegou em São Paulo, em plena efervescência do que se conhece em nosssa história como o "milagre econômico", em plena ditadura militar. Um Brasil convulsionado, violento, com os jovens se atirando para a luta armada e sendo massacrados, com a censura amordaçando tudo, nenhuma liberdade de expressão. Foi neste campo que se criou uma geração de artistas inquietos, ansiosos, perturbados por uma angústia: até que ponto a arte pode contribuir para a libertação das pessoas.
Hoje, quando, navegamos em razoável democracia, olhamos para os quadros de Alfredo Aquino e nos perturbamos com a quase total ausência de rostos. Ou melhor, os rostos existem, mas não os traços que definem olhos, boca, nariz, queixo. Acabamos transformados em um povo sem olhos - e como é possível adivinhar a alma , se os olhos inexistem? (Não por acaso, a pequena editora de Aquino se chama de Animae). E como é possível falar, respirar, viver neste mundo sem boca e sem nariz? Aqui e ali, nem cabeça existe, o que se vislumbra é algo deformado, não humano, irreal.
Aquino retrata a perplexidade do homem dentro de uma realidade povoado por medo. O homem brasileiro tem medo da inflação, dos planos econômicos, da falta de estabilidade, dos preços, da impossibilidade de se programar o futuro, por mais próximo que ele esteja, da falta de líderes e de administradores, da voracidade do empresariado, da falta de consciência cívica de todos nós.
A inquietação não é somente brasileira. E aqui Aquino revela sua universalidade: os homens sem rosto estão por toda parte. [...] Os rostos desaparecem das pinturas de Aquino - e elas me deixam insone - do mesmo modo que os traços dos humanos desapareceram de Hiroshima e Nagaski. Num mundo cada dia mais densamente povoado, as multidões enchem as ruas e o indivíduo desaparece. O eu se cancela, tudo é coletivo. A multidão não tem rosto.
Este é o mundo que Alfredo Aquino mostra, cheio de dor e de amor pela humanidade. Com certeza ele espera que completemos estes traços que faltam. Todavia, para fazer isto, precisamos mudar. Salvar este mundo. Neste ponto a obra de Aquino é denunciadora e clama por atitudes. É o papel do Artista".


Blog de Alfredo Aquino, veja aqui




terça-feira, 28 de abril de 2009

Autoretrato (1940)

Seu nome era Balthasar Klossowski de Rola, nasceu em 29 de fevereiro de 1908, em Paris e faleceu em 18 de fevereiro de 2001, na Suíça, conhecido como Balthus .


* por Elisa Byngton (revista CartaCapital, de 3 de outubro de 2001)

A celebrada ligação com a pintura italiana dos primórdios do Renascimento - que o fez viajar à Itália com apenas 18 anos para copiar os afrescos de Piero della Francesca, em Arezzo, assim como sua orgulhosa recusa aos movimentos de vanguarda do século 20 era ostentada por Balthus assim como a aspiração ao status de "pintor fora do tempo".

Balthus cultivou sempre essa imagem aristocrática. Pretendia que sua pintura não transpirasse subjetividade, não falasse de si, não falasse do tempo presente. Balthus queria ser "o artista sobre o qual nada se sabe", dizia. E queria que suas ninfetas, retratadas enquanto se dedicavam distraidamente à leitura ou a passatempo análogo, em ambiente perfeitamente burgueses, seminuas em sua intimidade observada pelo espectador, fossem pura imagem: composição equilibrada de volumes que aprisionam a luz. nesta descrição de superfícies, acreditava poder expressar o sentido das coisas.

Dialogava com a grande história da arte e construia seus quadros como quem se refere somente às questões da disciplina pictórica, abrigando em cada imagem uma infinidade de citações cultas.
Amava Cézanne e os pós-impressionistas como Bonnard, Signac. Os movimentos artísticos do séc. 20 eram vistos por ele como fenômenos de moda. Um pintor como Francis Bacon lhe inspirava "pena" e o fazia comentar: "Em pintura é preciso saber dominar as próprias emoções, é preciso saber se controlar".

De 1961 a 1977, o pintor de origem polonesa, francês de adoção, foi nomeado diretor da Academia di Francia, em Roma, por André Malraux. A célebre instituição, situada em um magnífico palácio cardinalício onde Balthus morava e recebia os amigos, era, desde o século 17, o símbolo da boa formação acadêmica dos pintores franceses que aqui se dirigiam para copiar os modelos da arte clássica e renascentista. Fellini, que o frequentava naqueles anos, descreveu Balthus em uma entrevista como "um grande ator que interpreta o papel de si próprio", confessando que a ele fascinava sobretudo "encenação e a teatalidade dos seus gestos dos quais parecia ser plenamento consciente.


Algumas de suas obras:

A rua (1935)

The white Skirt (1937)

Thèrése rêvant (1938)
Teresa sonhando


Etude pour une jeune fille endormie (1943)


Dias Felizes (1944-45)
Les beaux jours


Nu diante de espelho (1955)

Minha filha na janela (1957)



Outra postagem interessante sobre Balthus você poderá ver em:
lilianarosa