terça-feira, 18 de dezembro de 2007

John William Waterhouse - 1849/1917

Waterhouse, que nasceu na Itália, de pais ingleses, é um dos pintores que fazem parte do grupo chamado de Pré-Rafaelistas. Este grupo, organizado nos moldes de uma confraria, surgiu na Inglaterra, por volta de 1848, como uma reação à arte acadêmica inglesa, que seguia o modelo dos artistas clássicos do Renascimento. Ao se autodenominarem de Pré-Rafaelistas, queriam deixar claro que se inspiravam na arte dos pintores anteriores a Rafael (1483/1520) pintor do Renascimento italiano que influenciou a Academia inglesa e que, conseqüentemente era criticado por eles.

O grupo, apesar de reunido em prol do mesmo objetivo, não era homogêneo nas suas produções. Alguns dedicaram-se a temas e problemas da sociedade, utilizando-se de representações realistas e, outros vão se ligar a temas medievais inspirados em Dante (Divina Comédia), em lendas (como a do Rei Arthur), cenas religiosas, na literatura e na mitologia.

Independente do tema tratado há uma preocupação com a beleza poética, com a representação além da realidade visível: trabalham com a matéria da alma e a espiritualidade. Harmonia e equilíbrio entre os elementos que compõem o quadro. Resultado disto serão imagens ornamentais, cheias de pormenores e detalhes, cores luminosas que dão sensibilidade estética às pinturas onde o romance e o erotismo, unidos a uma certa inocência, têm lugar de destaque.

Waterhouse pintou um grande número de personagens da literatura e da mitologia como veremos a seguir. Segundo seu biógrafo Anthony Hobson, a pintura de lendas e mistérios estava profundamente enraizada na imaginação de Waterhouse e davam a ele o exato senso de composição dos seus trabalhos.

Liverpool foi a cidade que concentrou o maior número de exposições de Waterhouse



De Boccaccio, da peça Decameron (1611) a tela Enchanted Garden

Retrata a lenda de um grupo de jovens que, fugindo da praga ocorrida em Florença no séc. 14, isolam-se no interior do país por dez dias. A cada dia um dos membros do grupo é escolhido como rei ou rainha, obtendo, assim, autoridade sobre o grupo com a incumbência paralela de relatar uma história ao grupo.

1916

Tale from Decameron - 1916
Esta tela ilustra o grupo de jovens contando suas histórias



De Shakespeare (1564/1616), da peça Hamlet, escrita por volta de 1600/1602, a personagem Ophelia teve de Waterhouse várias versões:


1889


1894

1910




Ainda de Shakespeare, da peça Medida por Medida, escrita em 1604, a personagem Mariana

1897



Da peça, Tempest, considerada a última de Shakespeare, a personagem Miranda

1916





Na Mitologia, Waterhouse deitou e rolou.
Pintou centenas de telas retratando cenas dos personagens mitológicos.




Flora - 1890


Flora2 - 1890



Circe offering the cup to Ulysses - 1891
Circe Invidiosa - 1892


Ulysses and the sirens - 1891




Pandora - 1896



Hylas and the Nynphs 1896



Ariadne - 1898


The awakening of Adonis - 1900



Nymphs finding the head of Orpheus - 1900



Mermaid - 1901

Echos and Narcissus - 1903



Psyche opening the golden box - 1903



Psyche entering the Cupid´s garden - 1904



The Danaides - 1904



Jason and Medea - 1907



Apolo and Daphne - 1908



Thisbe - 1909



Vanity - 1910



Penelope and the Suitors - 1912


Narcissus - 1912



Baseado nas lendas, Waterhouse criou:

The Magic Circle - 1886



Lady Shallot - 1888
baseado no poema de Tenyson

In the stormy east-wind straining,
The pale yellow woods were waning,
The broad stream in its banks complaining,
Heavily the low sky raining
Over tower'd Camelot;

Down she came and found a boat
Beneath a willow left afloat,
And round and round the prow she wrote
The Lady of Shalott.

And down the river's dim expanse
Like some bold seer in a trance,
Seeing all his own mischance —
With a glassy countenance
Did she look to Camelot.

At the closing of the day
She loosed the chain, and down she lay;
The broad stream bore her far away,
The Lady of Shalott.

The Lady of Shallot looking at Lancelot - 1894


The Crystal ball - 1902



The sorceress - 1911



"I am half-sick of the shadow", said Lady Shallot - 1915



Waterhouse também pintou cenas e personagens que não tratavam exatamente de mitologia e/ou lendas, como algumas que seguem:

An eastern reminiscence - 1874

An italian produce shop - 1877

Dolce far niente - 1879


Cleopatra - 1888


A roman offering - 1890



Study for the Lady Clare - 1900



My sweet rose - 1903



The bouquet - 1908


Gather ye rosebuds - 1908 que teve outra versão:
1909 baseado no poema de Robert Herrick:


Gather ye rosebuds while ye may

Old time is still a-flying;

And the same flower that smiles today

Tomorrow will be dying.


























Sugiro ainda irem ao YouTube, coloquem "waterhouse" no search e deliciem-se.
Tem muita coisa bonita por lá!
E como um site muuuito especial sobre as criações de Waterhouse, recomendo este o site oficial sobre o pintor.





segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Fernando Botero - O ESTETA DO EXCESSO


Para não repetir coisas já publicadas na rede sobre o pintor Fernando Botero colocarei alguma coisa publicada na revista Bravo de mar/98, do jornalista Teixeira Coelho quando o MASP fez a mostra retrospectiva sobre o artista. Também o que foi publicado na época, no SEGUNDO CADERNO da ZERO HORA do dia 17/03/1998.

Figuras entre o obsceno e apatetado marcam toda a criação deste colombiano, nascido em 1932.
Botero é um dos mais bem pagos e mais populares artistas plásticos latino-americanos.
Nascido na cidade de Medelín (a mesma do mal-afamado cartel de Pablo Escobar) Botero tem uma vida pesoal atribulada. Foi muito pobre na infância, perdeu um filho de apenas quatro anos num acidente de carro na Espanha e viu outro filho ser enjaulado.


O porte roliço das figuras, associado a um certo realismo mágico, se tornou a marca registrada do artista. Até quando ele pinta naturezas-mortas as frutas são inchadas. O que não significa que Botero esteja propondo uma "realidade gorda", protesta a antropóloga argentina Teresa de Anchorena, que foi a curadora da retrospectiva de Botero no MASP. Segundo ela o artista constrói uma "realidade monumental" e, ao mesmo tempo, sugere "um excesso de vida que é perigoso".
Botero se define como o oposto dos outros artistas: "Não sou cubista, impressionista, surrealista ou expressionista. Sou o que sou." Para ele a pintura deve ter um tema, um volume e espaço, algo que é tabu na arte moderna.
É visível sua opção pela sátira - gênero difícil quase sempre menor- mas que nele ganha importância ao resistir a modismos facilitadores da arte "de vanguarda", ganhando com isto a grandeza artística que merece.
O artista que começou pintando natureza morta, retratos e mais tarde criando esculturas também trata de temas políticos em suas obras. Muitas de suas imagens retratam a vida colombiana, conflitos que assolam o país sul-americano, e nos últimos anos se concentrou na violência. Sua última série de obras expostas ao público retrata as torturas infligidas por soldados americanos a presos iraquianos na prisão de Abu Ghraib. As peças são intituladas simplesmente Abu Ghraib e numeradas de 1 a 50. Sugiro uma visita neste linck
para ver algumas obras desta série.


Série: bailarinos









As Vênus calipígeas* de Botero

*calipígea - que tem bunda bonita...hehehe
farta, eu diria, no caso de Botero!



Mujer leyendo



Colombiana

1995
La cama




Vênus - 1989


Série Bedroom

1996
1997


Série: Bathroom
1995

1998


Monalisa
"Minha Monalisa não é a Monalisa de Da Vinci"

Cenas familiares



Naturezas-mortas


Coffee Pot - 1985
The supper- 1987




Homage to Van Gogh - 1987


Chair and guitar
Sleeping President


Broadgate Vênus - 1990
Encontra-se no Exchange Square em London.