É a chamada do texto de Osmar Freitas Jr. na revista ISTOÉ, de 23/7/2003, quando após 13 anos, o Museu Guggenheim resolve mostrar ao público que o visita em Nova York, um mural de azulejos feito por Juan Miró em 1967 chamado ALICE, especialmente criado para o museu. Encravada na parede do salão de entrada, o mural estava escondido atrás de um tapume de madeira. Quem tem poder faz destas coisas: se dá a luxos inconcebíveis pois é uma das entidades mais ricas entre as que acolhem a arte dos séculos XX e XXI. Com um acervo tão plural e com tanta qualidade tem condições de criar exposições sobre qualquer tema. E foi numa destas que os poderosos do Guggenheim resolveram mostrar o tesouro escondido. Aproveitando uma mostra que se chamou De Picasso a Pollock - um tour pelos grandes momentos do cubismo ao expressionismo abstrato, cobrindo o período que vai de 1910 a 1960, o impressionante mural de azulejos finalmente foi revelado.
O trabalho, embutido na base das 5 rampas que circundas o prédio internamente, foi uma das últimas criações de Miró, encomendado por Thomas Messer, então presidente da Fundação Solomon R. Guggenheim, como uma homenagem póstuma a Alicia Patterson, mulher de Harry Guggenheim.
Foi executado entre 1965-1967, tem cerca de 7 metros de largura com 190 plaquetas de cerâmica moldadas por um ceramista espanhol - amigo de Miró - chamado Josep Llorens.
É uma peça absolutamente característica de Miró, que criou uma cosmologia de seus próprios símbolos-cores - um fundo cinza, que adquire tonalidades prateadas conforme a incidência da luz, com taços e pontos emblemáticos em amarelo, preto, vermelho e azul. No meio foi grafado o nome Alice.
Houve quem reclamasse da grafia do nome da homenageada. Pediram revisão. Teimoso, Miró rebateu dizendo que havia feito uma "interpretação livre" e recusou-se a correção. Foi preciso muita lábia de Messer para convencer Miró mudar o original. Miró, então, elaborou o painel da seguinte maneira: dependendo do lado que se olha, pode-se tanto ler Alice quanto Alicia.
.O trabalho, embutido na base das 5 rampas que circundas o prédio internamente, foi uma das últimas criações de Miró, encomendado por Thomas Messer, então presidente da Fundação Solomon R. Guggenheim, como uma homenagem póstuma a Alicia Patterson, mulher de Harry Guggenheim.
Foi executado entre 1965-1967, tem cerca de 7 metros de largura com 190 plaquetas de cerâmica moldadas por um ceramista espanhol - amigo de Miró - chamado Josep Llorens.
É uma peça absolutamente característica de Miró, que criou uma cosmologia de seus próprios símbolos-cores - um fundo cinza, que adquire tonalidades prateadas conforme a incidência da luz, com taços e pontos emblemáticos em amarelo, preto, vermelho e azul. No meio foi grafado o nome Alice.
Houve quem reclamasse da grafia do nome da homenageada. Pediram revisão. Teimoso, Miró rebateu dizendo que havia feito uma "interpretação livre" e recusou-se a correção. Foi preciso muita lábia de Messer para convencer Miró mudar o original. Miró, então, elaborou o painel da seguinte maneira: dependendo do lado que se olha, pode-se tanto ler Alice quanto Alicia.
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