34 anos após a morte de um gênio italiano - Michelangelo(1475/1564) - nascia em Nápolis, no seio de uma família florentina, outro artista genial: Bernini, cujo pai, Pietro, também era escultor.
Quando morreu em 1680, senil e em transe mítico, seu monumental legado já era alvo de críticas.
"É difícil imaginar uma cidade que deva tanto de sua personalidade a um artista quanto Roma deve a Gian Lorenzo Bernini. Por setenta anos e sob o reinado de oito papas, o escultor, arquiteto e urbanista Bernini, construiu igrejas, monumentos, palácios, fontes e praças no cenário da Roma pontífica. Foi também autor teatral e de engenhosos cenários para teatro. Quando iniciou o reinado de Urbano VIII em 1623, Bernini foi nomeado seu arquiteto oficial, abrindo-lhe a oportunidade de exercer sobre Roma todo o seu talento. Para superar as crises nos Estados da Igreja, o Papa usava a Inquisição como ponta de lança da Contra-Reforma e o mecenato como arma política "A imagem da Divina Providência passou a coincidir com a providência do poder", diz o escritor Maurizio Calvesi, " e ambas eram exaltadas juntas em obras que mudavam o perfil de Roma" A Bernini cabia oferecer ao povo "uma prova terrena do gáudio paradisíaco".
Desta forma o artista se superou em várias obras. Na minha modesta opinião, foi na construção da famosa Colunata da Praça de São Pedro, uma espécie de manifesto barroco sobre o uso do espaço urbano que ele impôs sua genialidade para sempre .
"A colunata não é um simples pórtico para ingressar na igreja mas a expansão visível da própria igreja na cidade. No seu amplo abraço simbólico, ela estabelece a comunhão entre a igreja triunfante - os santos que ornam o teto - e a igreja militante - a multidão de fiéis na praça. Para construí-la, o arquiteto teve que resolver dois problemas: o teorema da colunata quádrupla em curva com truques de perspectiva, e a conciliação com a basílica, o obelisco egípcio no centro e os palácios renacentistas em volta".
Outras duas criações de Bernini que vou citar aqui:
os anjos da ponte Elio, Ponte dos Anjos, atual Ponte San'Angelo. Ela foi construída pouco depois de Urbano VIII ter obrigado a Galileu a abjurar suas descobertas.
Fonte dos Rios, na Piazza Navona
Nessa, a teatralidade berniniana atinge seu objetivo declarado de maravilhar o expectador: o obelisco plantado no mármore parece flutuar sobre as águas. Representa os quatro continentes atravessados pelos seus quatro maiores rios: O Danúbio pela Europa, o Nilo pela África, o Ganges pela Ásia e o Rio da Prata pela América.
Fontain of the Moor - tb. na Piazza Navona/Roma
Fontana del Tritone - Piazza Barberini/Roma
Well...
Agora, o mais genial das obras de Bernini:
Agora, o mais genial das obras de Bernini:
(Detalhe da escultura. Não parecem modelos posando para uma foto??? Gênio é gênio!)
2) Apolo e Daphne (1622/25)
em mármore Carrara - Galleria Borghese)
"Um pequeno balé cheio de de melancolia que mostra Daphne em fuga, metamorfoseando-se em ramos de louros. Temos aí um exemplo de como se pode trnsformar o mármore em algo fluido e etéreo fato que iria fazer de Bernini talvez o maior técnico em entalhe em mármore que já existiu".
(detalhe)
3) David (1623-24)
Galleria Borghese - Roma
Feito na época "juvenil" de Bernini e ele foi o seu próprio modelo
(Detalhe)
4) Netuno e Triton (1620)
(Victoria and Albert Museum - Londres)
5) A Faun teased by children (1616-17)
Está no MOMA - Nova York
Obs.:2) Apolo e Daphne (1622/25)
em mármore Carrara - Galleria Borghese)
"Um pequeno balé cheio de de melancolia que mostra Daphne em fuga, metamorfoseando-se em ramos de louros. Temos aí um exemplo de como se pode trnsformar o mármore em algo fluido e etéreo fato que iria fazer de Bernini talvez o maior técnico em entalhe em mármore que já existiu".
(detalhe)
3) David (1623-24)
Galleria Borghese - Roma
Feito na época "juvenil" de Bernini e ele foi o seu próprio modelo
(Detalhe)
4) Netuno e Triton (1620)
(Victoria and Albert Museum - Londres)
5) A Faun teased by children (1616-17)
Está no MOMA - Nova York
Os textos que aparecem grifados são de autoria de Marco Antônio de Resende, numa reportagem publicada na revista VEJA, de 1o de dezembro de 1980, quando Roma comemorava o tricentenário de Bernini.
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